terça-feira, 22 de abril de 2014

Halloween em Salem



Durante todo o mês de outubro a pequena Salem (cidade do estado de Massachusetts, fundada em 1626 e por muito tempo um dos principais portos americanos) se agita, ou melhor, “treme” sob o efeito de uma intensa programação que celebra o Halloween.







Trazido pelos colonizadores para o Novo Mundo, o costume de origem celta, relacionado ao culto aos mortos e reverência ao céu e à terra, sofreu influência dos romanos e da Igreja. A festa pagã, antes chamada de Samhain, tornou-se assim o Halloween.





No Estados Unidos, ao longo dos anos, somaram-se à comemoração diversos elementos “assustadores” – monstros, esqueletos, assombrações, caveiras, gatos pretos, fantasmas – que divertem 
especialmente as crianças. Fantasiadas, elas saem em grupos, apavorantes ou nem tanto, batendo de porta em porta da para perguntar “trick or treat” 
(travessura ou gostosura, em tradução livre), para ganhar doces e balas em troca de nada aprontar contra os vizinhos..





E as bruxas? – Embora a expressão “Dia das Bruxas” seja adotada como a tradução do Halloween para o português, a associação da data com a Bruxaria ganhou força na Europa a partir da Idade Média, quando ocorreram as intensas perseguições às bruxas.









No fim do século 17, Salem entra definitivamente nessa história com os acontecimentos macabros que acabaram dando notoriedade sinistra à cidade. Por conta de pura superstição, uma onda de terror se impôs, gerando perseguição, prisão, julgamento e condenação à morte de pessoas, a maioria mulheres, acusadas de bruxaria. A histeria durou um ano – os últimos julgamentos ocorreram em 1692 –, até que uma lei libertou os presos e proibiu o processo por essa acusação em todo o território americano.





O episódio inspirou o escritor Arthur Miller a criar, no início dos anos 50, a peça As Bruxas de Salem (The Crucible, no original). O texto foi adaptado para o cinema pelo próprio Miller, em 1996, no filme dirigido por Nicholas Hytner e estrelado por Daniel Day-Lewis e Winona Ryder.







Ao incorporar tradição ancestral e sua própria história, Salem é toda Halloween, e ninguém, dos habitantes locais aos milhares de visitantes que lotam a cidade em outubro, deixa passar em branco a estação das “Jack O’ Lanterns” esculpidas em abóboras.








Salem  tem atrações o mês inteiro, incluindo eventos, manifestações, feirinha, visitas especiais a museus e casas de bruxas oficiais, apresentações e tours que rompem as madrugadas para aproveitar melhor as horas mais “bruxuleantes”, passando ainda por jardins “assustadora e humoradamente” decorados…






Além do Halloween, o festival celebra também o outono, época em que as árvores e folhagens se tingem de cores quentes antes de caírem aos primeiros ventos invernais, atração extra em toda a região de New England. Cenário e clima perfeitos da “cidade do Halloween”.











Fotos: Alessandra Przirembel Angeli ©
wiccanaweb.com.br

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